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domingo, 22 de maio de 2011

Conhecendo o Budismo Nitiren Daishonin - Parte 3/3

Conhecendo o Budismo Nitiren Daishonin - Parte 2/3

Conhecendo o Budismo Nitiren Daishonin - Parte 1/3

Uma visão revolucionária do estado de Buda

"Abraçar o Gohonzon é a própria iluminação"


Referência Bibliográfica: IKEDA, Daisaku. Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2001. 66 p.




O ensino para atingir o estado de Buda nesta existência


Um buda é aquele que serviu a centenas, a
milhares, a dezena de milhares, a incontáveis
budas e executou um número incalculável de
práticas religiosas.


De acordo com essa descrição, um buda serviu e praticou sobre a orientação de um número incalculável de budas por um tempo inimaginavelmente longo. Essa prática contínua, repetindo o ciclo de nascimento e morte por muitas existências, tornou-se a causa para a iluminação. Isso é denominado  "pratica para iluminação por um período de incontáveis kalpas."

Kalpas é um período extremamente longo. Os sutras e tratados diferem em suas definições; porém, os kalpa caem em duas categorias, as de duração contável e incontável. Existem três tipos de kalpa contáveis: menor, médio e maior. Uma explanação estabelece a duração de um kalpa menor em, aproximadamente, dezesseis milhões de anos. De acordo com a cosmologia budista, um mundo passa repetidamente por quatro estágios: formação, continuação, declínio e desintegração. Cada um desses quatro estágios dura vinte kalpa menores e corresponde a um kalpa médio. Em conclusão, um ciclo completo forma um kalpa maior. (Fonte: Glossário – Os Escritos de Nitiren Daishonin).
O presidente Toda discorreu o seguinte sobre o significado dessa passagem: "Do ponto de vista dos ensinos de Nitiren Daishonin, o Buda (o Gohonzon) de Nam-myoho-rengue-kyo é a Lei fundamental que dá surgimento a cem, a mil, a dez mil ou a um milhão de budas. Portanto ao recitarmos simplesmente o Nam-myoho-rengue-kyo obtemos mais benefícios do que conseguiríamos servindo pessoalmente a muitos budas por meio de árduas austeridades. O benefício desta única prática equivale de um número incalculável de austeridades realizadas por todos os budas."
Nitiren Daishonin declara em "O Verdadeiro Objeto de Adoração": "Tanto as práticas como as virtudes resultantes que o Buda Sakyamuni alcançou estão todas contidas em uma única frase,  Myoho-rengue-kyo. Se acreditarmos nisso, naturalmente teremos garantido os mesmos benefícios que ele teve." (END, vol.1, pág.72). As práticas para atingir o estado de Buda conduzidas por Sakyamuni e por todos os budas das dez direções pelas três existências e as virtudes que adquiriram como resultado estão todas contidas no Nam-myoho-rengue-kyo.  Este é o princípio de "abraçar o Gohonzon é a própria iluminação" (juji soku kanjin, em japonês).
Atingir o estado de Buda não é algo que só acontece no futuro distante ou em algum lugar remoto. Possibilita a todos atingir o estado de Buda nesta existência.
Toda dizia: "Em contraste aos budas do capítulo Hoben,  que praticaram por dezenas de milhares de anos, podemos completar nossa prática e atingir o estado de Buda simplesmente acreditando no Gohonzon e recitando uma única frase - Nam-myoho-rengue-kyo.
Este ensino possibilita a todas as pessoas atingir rapidamente o cume da iluminação. Em decorrência do estado de Buda podemos visualizar as montanhas que estão ao nosso redor e abaixo de nós e olhar o panorama espetacular da natureza estendendo-se em todas as direções. 

O estado de vida iluminado do Buda está expresso no Gohonzon. E os dez estados de vida estão contidos no Gohonzon. Quando oramos ao Gohonzon estamos buscando evidenciar este estado de vida mais elevado fazendo com que nossa vida torne-se iluminada. Não é necessário ir a algum outro lugar distante nem se tornar uma pessoa especial. Independente de passarmos por sofrimentos ou alegrias, se continuarmos a orar sinceramente ao Gohonzon e agirmos pelo Kossen-rufu, então, exatamente da forma como somos, poderemos nos tornas budas da "essência real de todos os fenômenos" e realizar a missão que somente nós podemos cumprir.
O presidente Toda disse: "O Gohonzon penetra totalmente em nossa vida quando adoramos e recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo.  Quando abrimos os olhos e observamos o Universo, ali encontramos o Gohonzon. E quando fechamos os olhos e contemplamos o interior de nosso ser, o Gohonzon também aparece ali claramente, com uma força cada vez mais poderosa e um brilho cada vez mais resplandecente."

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Canção: Praia de Morigassaki

Kishibeni tomoto morigasaki

Isonokatakaku namikaeshi

Jyukuno seishun michimayoi
Tetsugaku katari tokiwa sugu
Tomowa nayameri mazushikere
Kirisuto no michi wareyukuto
Hitomi kibishiku tsukihaete
Tsuyoki kodooni namiyoseri


Kuzureshi doteni kusafukaku
Ikanaru mushika shiranedomo
Koyoiwa shiikao tsukuranto
Gakuheian no omoiari
Saredomo tomowa mokushiken
Ikani ikinaba wagainochi
Shinen no tsukini tobiyukan
Namidao nugui hitanari


Tomono koshu ni waremo mata

Mugenno ganbo jinseio
Kurushimi hirakuto chikaishini
Tomowa hohoemi yakushiken
Tomono motumuru tookiyoni
Tagaumo warewa onogamichi
Chokano butai hateshinaku
Shiragami mademo tsukikataru
Kimini sachiare wagatomoyo

Tsugini auhiwa itsunohika
Mugonno uchino wakaretabi
Ginpa yureyuku Morigasaki

Explanação do Gosho: Carta de Sado pelo Presidente Daisaku Ikeda

Referência: Suplemento do jornal Brasil Seikyo, edição n°2.081, 30 de abril de 2011.



Trecho 1 da Carta de Sado

"As coisas mais terríveis deste mundo são a dor do fogo, o brilho das espadas e a sombra da morte. Se até os animais têm medo da morte, não é de surpreender que os seres humanos também tenham. Se mesmo um leproso luta pela vida, imagine uma pessoa saudável"(END, v.5,p.13)

Explanação do Trecho 1

"Temer a morte e apegar-se a vida é próprio do ser humano. 'O calor do fogo' indica os acidentes e os desastres naturais, enquanto 'o brilho das espadas' alude à violência da guerra. Nada é mais temeroso para as pessoas do que a 'sombra da morte', ou a perspectiva da própria extinção. Isso é certo tanto para os animais como para os seres humanos. Mas, se a vida for reduzida ao temor da morte e ao apego desesperado à existência, como poderemos experimentar a profunda alegria de uma vida plena? Qual é o propósito da nossa vida plena? Por que nascemos? Qual é o propósito de nossa vida? Por que morremos? Nós só podemos edificar se contemplarmos seriamente nossa própria existência.

Nitiren Daishonin trata do tema da vida e da morte, neste escrito, para explicar aos seguidores - expostos a enormes sofrimentos e dificuldades - que o Budismo existe para resolver os problemas fundamentais da vida humana. Procura também despertar as pessoas para a idéia de que, não importa a tempestade que venha a açoitá-las, jamais devem perder de vista a fé - a base de tudo".

Trecho 2 da Carta de Sado

"O Buda ensinou que o ato de cobrir todo um sistema de grandes mundos com os sete tipos de tesouros não se compara ao oferecer o dedo menor ao Buda e ao sutra [de Lótus] (Cf. LS, v.23, p.285). O garoto Montanhas de Neve ofereceu o próprio corpo e a asceta Aspiração à Lei removeu a própria pele [para nela gravar os ensinos do Buda]. Como não há nada mais precioso que a própria vida, aquele que a dedica à prática budista, com certeza, atingirá o estado de Buda. Se alguém está disposto a consagrar a vida, por que pouparia qualquer outro tesouro pela causa do Budismo? Em outras palavras, se a pessoa reluta em se desfazer da riqueza, como poderia sacrificar a vida, que é muito mais preciosa?" (END, v. 5, p.13).

Explanação do Trecho 2

A que, então, devemos dedicar esta vida insubstituível? Na Carta de Sado, Nitiren Daishonin ensina que podemos atingir a iluminação dedicando nossa vida à prática do Budismo. Para ressaltar o profundo significado desta declaração, primeiro ele cita o 23° capítulo do Sutra de Lótus, "Os Feitos do Bodhisattva Rei dos Remédios". Em seguida, menciona os exemplos do garoto Montanhas de Neve e do asceta Aspiração à Lei - duas figuras que representam o Buda Sakyamuni em existências passadas, quando realiza práticas de Bodhisattva - para esclarecer que a dedicação com espírito inabalável é a chave para realizar a prática budista.

O Buda Nitiren observa ainda que os que estão disposto a dar a vida não vacilarão em se desprender
de qualquer tesouro. É como se, em outras palavras, ele dissesse de forma rigorosa e, ao mesmo tempo, benevolente aos  seguidores, que tremiam só de pensar na possibidade de serem perseguidos e sofrerem terríveis consequências, como o confisco de terras: "Essas perseguições que estamos enfrentando não seriam
uma oportunidade de dedicarmos a vida, sem reservas, para atingirmos o estado de Buda? A que deveríamos temer, uma vez que este é o objetivo da suprema iluminação que está bem diante de nós?

Essa passagem também transmite um importante espírito que os brinda lições nos dias atuais. Uma dessas lições, como já disse, é: vivemos apegados a algo que não nos conduz a felicidade genuína. O estabelecimento de um propósito fundamental, a disposição para percorrer o caminho correto na vida, não importando a dificuldade que esse desafio pode vincular, é o que nos possibilita experimentar a mais profunda alegria e realização. Se nos deixarmos manipular pelos desejos mundanos e pouparmos a vida no momento crucial, nosso coração definhará e só nos restarão sentimentos como aflição, miséria e arrependimento.

Outra importante lição é que o elevado estado de vida é eterno e transcende nossa existência atual. Dedicando esta preciosa existência ao Budismo, temos a certeza que experimentaremos imensa felicidade e inúmeros benefícios em todas as futuras existências.

Conseguir enxergar os fatos da perpectiva da eternidade da vida - através do passado, presente e futuro - e também através do ponto de vista da felicidade eterna constitui o ponto decisivo para transcender os diversos problemas da vida e da sociedade. A medida que as pessoas, individualmente, adquirem uma perspectiva correta sobre a vida e a morte, eleva o estado de vida da humanidade de forma coletiva. A filosofia que deseja abrir nossas possibilidades em benefício da sociedade do século 21, necessitará saber distinguir entre noções superficiais e profundas acerca da vida e da morte. Nós praticantes do Budismo de Nitiren Daishonin, marchamos na vanguarda desse sentido, por isso avancemos orgulhosos com essa convicção."

Trecho 3 da Carta de Sado

"Aprendemos que é nosso dever retribuir as dívidas de gratidão que temos com os outros, mesmo o custo da nossa vida. Muitos guerreiros sacrificam sua vida por seu lorde; talvez muito mais que imaginamos. Um homem morre para defender a honra e uma mulher morre por seu marido. Os peixes lutam para sobreviver, lamentam pela pouca profundidade do lago onde vivem e cavam buracos no fundo para se esconder; porém enganados pela isca são fisgados. Os pássaros, temendo que as árvores em que vivem sejam muito baixas, escolhem os galhos mais altos para se proteger, mas, enganados pela isca, eles também são apanhados pelas armadilhas.Os seres humanos são igualmente vulneráveis. As pessoas geralmente se sacrificam por assuntos seculares insignificantes,mas raramente fazem o mesmo pelos preciosos ensinos do Buda. Assim, não é de surpreender que não atinjam a iluminação"(END, v.5,p14)

Explanação do Trecho 3

Num dos trechos anteriores, observando que é comum as pessoas perderem a vida em acidentes ou em conflitos armados. Nitiren Daishonin nos lembra que as pessoas se apegam à própria vida como se apegam a um tesouro.

Nesta parte, também destaca que há vários exemplos de pessoas que dão a vida de acordo com as
convenções e os valores morais da sociedade. A inúmeros casos de indivíduos que, iludidos, sacrificam a vida da maneira mais insensata, acreditando que estão se protegendo do perigo.

A conduta dos peixes e das aves descritas nesta parte baseia-se na sabedoria dos antigos pensadores, documentada em obras como Fundamentos do Governo na Era Chen-Kuan (Zhenguan Zhengyao), um clássico chinês sobre a arte da liderança. 'Enganados pela isca' é uma metáfora como os seres humanos - mesmo adotando diversas medidas e preocupações para se manter a salvo - são manipulados pelos desejos
imediatos ou cometem erros de julgamento em razão da forma estreita de pensar, o que resulta na própria destruição. É triste que esta insensatez humana continue freqüente ainda hoje. Por esta razão que Nitiren Daishonin aconselha que, em vez de dar a vida - o bem mais valioso que temos - por questões mundanas e superficiais, devemos nos dedicar aos 'preciosos ensinos do Buda'.

Apesar de falar em 'não poupar a vida', o Budismo de Nitiren, não é, de modo algum, um ensino que romove o martírio ou o autossacrifício. Makiguti, Toda e eu - os três primeiros presidentes da Soka Gakkai - nos dedicamos com determinação de impulsionar o Kossen-rufu de forma que nenhum membro  fosse sacrificado, e com a disposição de dar o melhor de si para esse fim. Esse espírito dos sucessivos presidentes deverá ser mantida na Soka Gakkai para sempre.

Não desperdicem, de modo algum, a preciosa vida dos senhores. Ao jovens eu digo: "Por mais difíceis que sejam as circunstâncias em que se encontrem, jamais lamentem ou prejudiquem a vida de vocês e nem a dos outros. Cada um de vocês é dotado da maravilhosa e suprema natureza de Buda.

Em termos específicos, como deveríamos praticar para dedicar essa inestimável vida aos 'Preciosos ensinos do Buda'? Daishonin, declara de maneira enfática, que as pessoas comuns desta época, sem terem de sacrificar a vida como o garoto Montanhas de Neve e por meio da 'determinação firme e sincera', podem obter o mesmo benefício resultante da dedicação abnegada.

Como afirma Nitiren, o que importa é o coração. É uma questão de empreender milhões de kalpas de esforços num único momento da vida em prol do Budismo e pela nobre causa do Kossen-rufu. Para nós,
não poupar a vida significa recitar constantemente o Nam-myoho-rengue-kyo, sem nenhum temor, e nos
dedicarmos de corpo e alma para comprovar a fé - pelo bem do mundo, do futuro e de todas as pessoas.