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domingo, 17 de abril de 2011

Capítulo Juryo: a "Revelação da Vida Eterna do Buda"

"Viver" eis o grande mistério. As vezes nos questionamos com questões do tipo: qual o sentido de viver uma existência? Qual é nossa original natural? De onde surgimos e para onde pretendemos seguir?

Se desviarmos nossa mente apenas com riquezas materiais e prazeres momentaneos, não poderemos obter a verdadeira felicidade muito menos desfrutar uma vida de plena satisfação.

As respostas as estas questões fundamentais são apresentadas no 16º Capítulo do Sutra de Lótus, Juryo.

Nitiren Daishonin afirmou:

"Se não fosse pela existência do capítulo Juryo entre todos os ensinos de Sakyamuni, estes seriam como o céu sem o sol e a lua, um reino sem rei, as montanhas e os mares sem tesouros ou uma pessoa sem alma.(END, vol. 4, pág.219.)

O propósito é explanar com maior clareza a essência deste capítulo que recitamos diariamente.

O que ensina exatamente? Em sucintas palavras revela a "eternidade da vida". O termo juryo do título do capítulo Nyorai Juryo significa "sonda a extensão da vida" e esclarece que a extensão da vida do Buda é imensurável.

Sakyamuni explica a eternidade da vida em termos de sua própria existência, ou seja, como um relato de experiência.

A síntese dessa experiência é a seguinte: "Muitos pensam que eu (Sakyamuni) renunciei ao mundo secular quando jovem e, praticando as austeridades budistas, atingi o estado de Buda sob a árvore bodhi, no passado inconcebivelmente remoto de gohyaku-jintengo (infinito passado). Desde então, vim doutrinando inúmeras pessoas neste mundo saha e em inumeráveis outras terras. A extensão de minha vida é portanto insondável, eterna e imperecível."

Neste momento, alguns podem estar se questionando: "Fala-se que a vida de Sakyamuni é eterna, mas, na realidade ele morreu. Isto não significa que a extensão da vida do Buda é finita?"

A resposta a esta questão encontra no próprio capítulo Juryo. Este capítulo explica que Sakyamuni, que atingiu a iluminação pela primeira vez na Índia e entrou no nirvana, é um buda provisório ou "expediente", ao passo que Sakyamuni que atingiu a iluminação no remoto passado, e cuja vida é eterna e imperecível, é um "buda verdadeiro".

Para revelar a eternidade da vida que percebeu por si mesmo, Sakyamuni manifestou sua identidade de Buda em outras existências passadas e continuará conduzindo as pessoas por toda eternidade.

Essa condição de Buda é uma manifestação da lei fundamental do Universo chamada Lei Mística, que é eterna, abrangendo as três existências do passado, presente e futuro.

Conclui-se portanto, que Myoho-rengue-kyo é a entidade do Buda que atingiu a iluminação no remoto passado, ou seja, que Sakyamuni e todos os outros budas são manifestação da Lei Mística. Esta é a interpretação substancial do capítulo Juryo.